quinta-feira, setembro 07, 2006

 

Realidade ou fantasia!!


Olá galera!

Vamos falar de história, ou seja, a fantasia na história. Começamos mal desde o começo somente para ficar bonito no quadro. Vamos analisar os acontecimentos no dia do "grande grito" explicados por Antonio Carlos Olivieri. (link no título)

No imaginário dos brasileiros, tão célebre quanto o grito de dom Pedro, às margens do rio Ipiranga, é o quadro pintado por Pedro Américo para representar aquele momento decisivo, em que Brasil se separava de Portugal oficialmente. Nele, como se pode ver pela reprodução abaixo, nosso primeiro imperador ergue a espada num gesto de desafio, que conta com o apoio resoluto dos civis que o seguem e das tropas reunidas ao seu lado.


Por mais realista que seja a cena representada, entretanto, ela nada tem de realidade. No livro "O Brado do Ipiranga", a historiadora Cecília Helena de Salles Oliveira, faz uma análise detalhada da pintura, evidenciando toda a fantasia que seu autor projetou nela. Aliás, o próprio Pedro Américo, já havia escrito sobre o assunto um livreto, chamado "Algumas Palavras acerca do Fato Histórico e do Quadro que o Comemora". Nele, o artista afirma que "a realidade inspira, e não escraviza o pintor", justificando sua imaginação criadora.

Jogo dos sete erros

Antes de mais nada é interessante apontar, para quem não sabe, as diversas inverdades estampadas na tela. Para começar, vale dizer que os fogosos corcéis montados por Dom Pedro I e seu cortejo, na realidade, eram simplesmente mulas - um tipo de cavalgadura menos heróico, mas muito mais adequado ao duro percurso que os viajantes faziam. Eles tinham acabado de subir a serra do Mar, vindo de Santos.

Numa viagem como essa, por sinal, ninguém estaria usando os luxuosos uniformes apresentados. Com toda certeza, estariam usando trajes mais simples e mais práticos, provavelmente sujos do pó e da lama do caminho. Para piorar, o próprio dom Pedro não poderia estar tão exaltado e bem disposto assim como o artista o representa. Afinal, ele havia parado naquele local em função de uma diarréia que o atormentava, devido aos seus excessos alimentares em Santos, na véspera.

Mas há mais: para que o Ipiranga e suas célebres margens integrassem a paisagem, o pintor "desviou" o curso do riacho. A rigor, ele estaria passando por trás de quem observasse a cena naquele local. Finalmente, quanto à casa de pau-à-pique entrevista no fundo da tela, ela pode ou não ser a que lá existe até hoje e que é conhecida como a Casa do Grito. Embora tenha sido tombada pelo Condephaat e fique aberta à visitação no Parque da Independência, o documento mais antigo que menciona a casa atual data de 1884 - 62 anos depois do grito da Independência.

Fatos e versõesNa verdade, o imenso painel pintado por Pedro Américo, que tem 7,60m de comprimento por 4,15m de altura, foi pintado em Florença, na Itália, entre 1886 e 1888. Entre sua concepção e seu acabamento, perpassam uma série de interesses políticos, que se relacionam ao declínio da monarquia brasileira e até aos ideais republicanos do pintor, embora este fosse protegido de Dom Pedro II.

Houve também o atraso da construção do edifício-monumento onde o quadro se encontra entronizado até hoje, o Museu Paulista, inaugurado em 7 de setembro de 1895, quase seis anos depois da proclamação da República. Por fim, sobre a tela de Pedro Américo paira também uma suposição de plágio: a estrutura da cena é muito semelhante à do quadro "1807, Friedland", de Ernest Messonier, que retrata a vitória de Napoleão Bonaparte na batalha de mesmo nome.

Beijos e bom feriado a todos!!

Baby


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